Texto por:

Rafael T. de Sousa
Carolina Rodrigues Cavalcante

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1. O que é a depressão?

A depressão ou transtorno depressivo maior é um transtorno psiquiátrico associado a grande sofrimento e que atinge muitas pessoas. Segundo a OMS, a depressão é uma doença afeta cerca de 4,4% da população mundial¹.

Um episódio de depressão se caracteriza por sintomas psíquicos como tristeza e falta de prazer nas atividades do dia-a-dia, associados a sintomas físicos como falta de energia, alteração de sono, de concentração e alteração de apetite. Para o diagnóstico do transtorno depressivo, tais sintomas devem estar presentes por no mínimo 2 semanas, atrapalhando a vida na esfera pessoal, social ou no trabalho.

Cerca de 15% das pessoas vai ter (ou já teve) ao menos um episódio depressivo na vida. A depressão acontece cerca de 2 vezes mais em mulheres do que em homens. Embora a depressão possa ocorrer ou começar em qualquer fase da vida, a média de idade de início dos episódios depressivos é em torno de 40 anos.

 

2. O que causa a depressão?

Sabe-se que na depressão há alterações biológicas no cérebro, especialmente diminuição ou atuação deficiente de norepinefrina e serotonina. A norepinefrina e a serotonina são dois neurotransmissores, substâncias que comunicam neurônios. Também podem estar presentes na depressão alterações hormonais tanto no eixo hormonal Hipotálamo-Hipófise-Adrenal (HHA) como na tireoide.

A hereditariedade também pode estar na base da doença: sabe-se que a ação somada de diversos genes está envolvida no desenvolvimento de depressão. Fatores psicossociais, como eventos de vida estressantes, também podem resultar em mudanças duradouras na biologia do cérebro, desencadeando episódios depressivos.

 

3. Quais são os sintomas da depressão?

O diagnóstico de depressão maior baseia-se na presença dos seguintes sintomas durante um período mínimo de 2 semanas²:

  • Humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias;
  • Diminuição ou perda do interesse ou prazer em quase todas as atividades na maior parte do dia, todos os dias;
  • Perda ou ganho não intencional de peso;
  • Insônia ou hipersonia quase todos os dias;
  • Agitação ou lentificação quase todos os dias;
  • Fadiga ou perda de energia quase todos os dias;
  • Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva;
  • Capacidade diminuída para pensar ou se concentrar;
  • Pensamentos recorrentes de morte ou ideação suicida.

É fundamental ter em mente que a depressão maior é um distúrbio médico muito prevalente, podendo causar grande sofrimento se negligenciado. Por isso, na presença de alguns desses sintomas, é importante recorrer à ajuda de um médico psiquiatra, que proverá o diagnóstico e encaminhamento corretos.

 

4. Tratamento

Antes de iniciar um tratamento para depressão unipolar, é importante que o indivíduo seja submetido a uma avaliação diagnóstica completa. Diversas doenças (psiquiátricas ou somáticas) podem apresentar sintomas semelhantes à depressão. O próximo passo é a escolha de um tratamento. O tratamento deve visar não apenas a solução dos sintomas imediatos, como também o bem-estar do indivíduo e a prevenção do desenvolvimento de novos episódios.

 

5. Medicamentos

Os antidepressivos comuns não causam dependência. A maior parte dos antidepressivos também não causa sonolência ou qualquer incapacidade. Também não têm ação estimulante e não promovem bem-estar instantâneo; esses medicamentos atuam gradualmente, promovendo modificações em hormônios e neurotransmissores, cujo fim será a normalização de alterações relacionadas à depressão.

Apesar disso, a escolha do antidepressivo deve ser determinada pelo perfil de efeito mais favorável à pessoa. Por isso, deve levar em conta o curso da depressão, se há história familiar de depressão, como é a resposta ao tratamento, qual é a gravidade dos sintomas e quais são as condições clínicas gerais e se há a presença de outros transtornos psiquiátricos.

Os antidepressivos levam cerca de duas semanas para começar a fazer efeito. O efeito final do antidepressivo é visto com cerca de 6 semanas de tratamento.

 

6. Psicoterapia

Os episódios depressivos normalmente requerem uso de medicação e o tratamento com antidepressivos costuma ajudar o bom andamento da psicoterapia.

Por outro lado, as psicoterapias são aliadas no tratamento e ajudam bastante na melhora do indivíduo. Destacam-se as  terapias cognitiva, comportamental e interpessoal, pois são comprovadamente eficazes no tratamento da depressão.

 

Referências:

¹ Organização Mundial de Saúde (OMS): Relatório “Depressão e outros transtornos mentais comuns: estimativas globais de saúde”.

² Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – 5ª Ed. (DSM-5).

Kaplan & Sadok – Compêndio de Psiquiatria: Ciência do comportamento e psiquiatria clínica. 11ª Edição, 2017.

Mostrando 2 comentários
  • Adriana
    Responder

    Muito boa explicação,realmente esclarece de forma simples e clara.Parabens vou já compartilhar😉

    • Carlos Alberto Molina Jaro
      Responder

      Obrigado

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